Postagens populares

sábado, 30 de outubro de 2010

FALHA NA TIREOIDE ELEVA RISCO CARDÍACO, SEGUNDO ESTUDO

Fonte: Folha.com
publicidade


Um novo estudo acabou com uma velha controvérsia, ao provar que pacientes com hipotireoidismo subclínico (quando alterações hormonais não chegam a causar sintomas) têm mais probabilidade de desenvolver doenças coronarianas.
Já se sabia que o hipotireoidismo manifesto (quando a queda na produção de hormônios da tireoide causa sintomas) tem relação com maior mortalidade por doenças cardiovasculares.
Isso porque nesses pacientes há aumento dos níveis de colesterol e triglicérides, aceleração do processo de formação de placas de gordura e aumento das lesões na parede interna dos vasos. A relação da doença subclínica com o risco cardíaco, no entanto, era incerta.
A pesquisa revisou dados de mais de 55 mil pessoas em vários países ao longo de 20 anos, incluindo o Brasil. Foi publicada em setembro no "Journal of the American Medical Association", um dos principais da área.
Os dados da metanálise revelaram que o risco de ter uma doença coronariana ou um infarto é 89% maior nessas pessoas. A chance de morrer também é 58% mais alta para esse grupo.
O hipotireoidismo subclínico ocorre quando os níveis do hormônio TSH, produzido pela hipófise (glândula do cérebro), aumentam para estimular o trabalho da tireoide. Isso pode sinalizar uma falha no funcionamento da glândula, mas que ainda não se traduz em uma queda na produção de T3 e T4 (hormônios da tireoide).
Mesmo assim, esses pacientes têm algumas alterações, como colesterol elevado, por exemplo.
O problema atinge entre 8% e 9% dos brasileiros, principalmente mulheres.
"Havia uma polêmica na literatura em relação ao risco cardiovascular do hipotireoidismo subclínico", diz o endocrinologista José Augusto Sgarbi, professor da Faculdade de Medicina de Marília, que conduziu o estudo brasileiro em parceria com a Universidade Federal de São Paulo, com apoio da Fapesp.
O resultado do trabalho traz ainda outra questão: até agora, as diretrizes atuais, que acabam de ser revisadas, não recomendam o tratamento dessas pessoas.

MAIS GENTE TRATADA

"Vamos ter que repensar essas indicações e é possível que passemos a tratar mais gente", diz Laura Ward, vice-presidente do departamento de tireoide da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia.
Segundo a pesquisa, o risco é significativo na faixa etária dos 60 ao 75 anos. "No entanto, levando em conta outros fatores, pacientes mais jovens também podem receber indicação de tratamento", diz Sgarbi.
Além disso, o estudo levanta a discussão do diagnóstico da disfunção. Hoje recomenda-se a dosagem de TSH na pós-menopausa, em mulheres com histórico familiar de doenças da tireoide ou autoimunes, nas gestantes e nos recém-nascidos.
É possível que, acima dos 40 anos, a dosagem do TSH vire rotina em exames de check-up, principalmente para as mulheres.

Nenhum comentário:

Postar um comentário